sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Nanã ou Nanan


Nanan proprietária de um cajado. Nanan salpicada de vermelho, suas roupas parecem banhadas em sangue, orisa que obriga o fon a falar nagô (ketu). Água parada que mata derrepente, ela mata uma cabra sem usar faca.
É considerada "orisa mais antigo do mundo". Quando orunmilá chegou aqui para frutificar a terra, ela já estava. Nanan desconhece o ferro por trata-se de um orixá da pré-história, anterior a idade do ferro. O termo nanan significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra.
Arquétipos:
São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Calmos, as vezes mudam rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos; quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista ás últimas conseqüências. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e não gostam de muita brincadeiras. São majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.

Lendas:
Nanan era esposa de Ogun e ocupava o cargo de juíza no Dahomé. Só julgava os homens, sendo muito respeitada pelas mulheres que eram consideradas deusas.
Ela morava numa bela casa com jardim. Quando alguém apresentava alguma reclamação sobre seu marido, ela amarrava a pessoa numa arvore e pediu aos eguns para assustá-la.
Certa noite, Oya reclamou de Ogun e ele foi amarrado no jardim. A noite, conseguiu escapulir e foi falar com ifá. A situação não podia continuar e, assim, ficou acertado que Oxalá tiraria os poderes de Nanan. Ele se aproximou e ofereceu a ela suco de igbin, um tipo de caramujo. Ao beber o preparado, Nanam adormeceu. Osala então vestiu-se de mulher e, imitando o jeito de Nanan, pediu aos eguns que fossem embora de seu jardim para sempre.
Quando Nanan acordou e percebeu o que Osala tinha feito, obrigou-o a tomar o mesmo preparado de igbin e seduziu o orixá. Oxalá saiu correndo e contou para ogum o que havia acontecido. Indignado, este cortou relações com Nanan. E é por isso que nas oferendas a Nanan não é usado nenhum objeto de metal.
Uma outra lenda registra que, numa reunião, os orisas aclamaram Ogun como o mais importante deles e que Nanan, não se conformando em ser derrotada por ele, assumiu que não mais usaria os utensílios de metal criados pelo orisa guerreiro (escudos e lanças de guerra, facas e setas para caça e pesca). Por isso, que ela não aceita oferendas em que apresentem objetos de metal.

Exú


Exú , é o senhor dos caminhos, caminhos que levam e trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou distanciarem-se. É quem faz com que os ritos sejam cumpridos, principal responsável pela ligação do mundo espiritual ao mundo material,( orun- ayé).
Entre dois caminhos lá está ele guardando, indicando. Não se faz nada pelo candomblé antes de agradar Esù, pois é o único orixá que faz o elo de ligação entre nós e os demais orixás.
 

Esù é um orixá tão importante quanto todos os outro orisa. Por ser mais ligado com o mundo terrestre, possui certos costumes e temperamentos parecidos com os dos seres humanos.
Esù é erradamente sincretizado pelo diabo cristão.
Por ser um orixá que cuida dos caminhos onde percorrem homens, orixás, espíritos, etc. E sendo o elo de ligação entre esses mundos, ele possui múltiplos contraditórios, sendo bom e mau, astuto, grosseiro, indecente, protetor, alegre, brincalhão, violento, etc. Ou seja, é o orixá mais humanizado do panteão, pois em seus arquétipos incluem-se as impurezas causadas ou existente nos homens.
Devido a esses aspectos, foi sincretizado pelos primeiros missionários, com o diabo cristão.

Arquétipos:Os filhos de Esù possuem um caráter imprevisível ora são bravos, intrigantes e ficam muito contrariados, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros.
Não aceitam derrotas, são melindrosos, de temperamento difícil. Se você tiver desentendimento com algum filho de Esù, aguarde que haverá retorno.
Seus filhos precisam estar sempre em atividade para poderem liberar toda energia que possuem.
Possuem muita tendência à espiritualidade; são fiéis fervorosos que esbanjam fé...
Lenda:
Todos os orixás possuem muitas lendas, passadas de boca em boca durante milhares de anos. Citamos aqui duas lendas referentes a exú/bará.
Uma mulher que esqueceu de alimentar Esù. Se encontra no mercado vendendo os seus produtos. Exú põe fogo na sua casa, ela corre prá lá, abandonando seu negócio. A mulher chega tarde, a casa está queimada e, durante esse tempo, um ladrão levou suas mercadorias.
Nada disso teria acontecido - se tivesse feito a exú as oferendas e os sacrifícios usuais ou em primeiro lugar.
Um dia, Osalà cansado de ser zombado e trapaceado por Esù, pois Osalà era muito orgulhoso e geralmente não agradava exú por ser um orixá mais velho. Decidiu combater Esù para ver quem era o orixá mais forte e respeitado. E foi aí que oxalá provou a sua superioridade, pois durante o combate, oxalá apoderou-se da cabaça de Esù a qual continha o seu poder mágico, transformando-o assim em seu servo.
Foi desde então que Osalà permitiu que Esù recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar...

Oxum ou Osun


Dona das águas. Na áfrica, mora no rio oxum. Senhora da fertilidade, da gestação e do parto, cuida dos recém-nascidos, lavando-os com suas águas e folhas refrescantes. Jovem e bela mãe, mantém suas características de adolescente.
Cheia de paixão, busca ardorosamente o prazer. Coquete e vaidosa, é a mais bela das divindades e a própria malícia da mulher-menina. É sensual e exibicionista, consciente de sua rara beleza, e se utiliza desses atributos com jeito e carinho para seduzir as pessoas e conseguir seus objetivos.
Quando Orunmilá estava criando o mundo, escolheu Osun para ser a protetora das crianças. Ela deveria zelar pelos pequeninos desde o momento da concepção, ainda no ventre materno, ate que pudessem usar o raciocínio e se expressar em algum idioma. Por isso, oxum é considerada o orisa da fertilidade e da maternidade.
Por sua beleza, Osun também é tida como a deusa da vaidade, sendo vista como uma orixá jovem e bonita, mirando-se em seus espelhos e abanando-se com seu leque (abebê ).

Arquétipos: São pessoas graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. São o símbolo do charme e da beleza. Voluptuosos e sensuais. Sob a aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.

No tempo da criação, quando Osun estava vindo das profundezas do orun, Olodumare confiou-lhe o poder de zelar por cada uma das crianças criadas por Orisa, que nasceriam na terra. Osun seria a provedora de crianças. Ela deveria fazer com que as crianças permanecessem no ventre de suas mães, assegurando-lhes medicamentos e tratamentos apropriados para evitar abortos e contratempos antes do nascimento ... Não deveria encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar crianças a inimigos e conceder gravidez a amigos. Foi a primeira Iyami encarregada de ser Olutoju awo omo - aquela que vela por todas as crianças e Alawoye omo - a que cura crianças.
Em seus oriki assim é evocada
Osun, graciosa mãe, plena de sabedoria!
Que enfeita seus filhos com bronze
Que fica muito tempo no fundo das águas gerando riquezas
Que se recolhe ao rio para cuidar das crianças
Que cava e cava a areia e nela enterra dinheiro
Mulher poderosa que não pode ser atacada
Mulheres louvam a fertilidade trazida por Osun, repetindo: Yeye o, yeye o, yeye o. Oh, graciosa mãe, oh, graciosa mãe, oh, graciosa mãe! Alguns mitos referem-se a ela como Osun Osogbo - Osun da cidade de Osogbo, outros enfatizam sua proximidade com Logunede, ora apresentado como filho, ora como mensageiro, havendo entre ambos tão estreita relação que chegam a ser considerados complementares. Outros mitos, ainda, a apresentam como esposa de Ifá. E aqueles que a apresentam como esposa de Sangô narram que ao tomar conhecimento da morte do marido, ficou desesperada, transformou-se num rio.
Bastante cultuada em Osogbo, é considerada também, a divindade protetora de Abeokuta. Seus devotos freqüentemente dedicam-lhe um córrego ou rio, chamando-o de odo Osun - rio de Osun, ao lado do qual colocam o santuário. Chamada mãe das crianças, a ela pertence a fertilidade de homens e mulheres. Todo ano, por ocasião do festival realizado em sua homenagem, mulheres estéreis tomam água de seu santuário esperando retornar no ano seguinte com os filhos por ela concedidos, para agradecerem a graça alcançada. Não apenas a fertilidade pertence a Osun. A prosperidade também. Além disso, confere a seus devotos a desejada proteção contra acontecimentos adversos. Assim sendo, é invocada nas mais distintas circunstâncias, pois não há o que não possa fazer para ajudar seus devotos.
Os sacerdotes de Osun, normalmente, trançam os cabelos de modo feminino e usam colares feitos de contas transparentes da cor do âmbar, tornozeleiras, braceletes e diversos objetos de bronze e metais amarelos. Seu assentamento guarda o ota (pedra); uma espada de metal amarelo ou um leque; uma tornozeleira; alguns búzios; moedas; pente, peregun; tecido branco. Ao lado fica um pote de água com seu axé. Em muitos assentamentos encontramos, também, estatuetas representando uma mulher de cabelos trançados, segurando  um bebê ou amamentando. É comum encontrarmos o assentamento de Logunedé junto ao de Osun.
Aceita em sacrifício: galinha, gin, osun (espécie de giz vermelho), obi, ole (prato preparado com feijão moído), akara (bolinho parecido com o acarajé brasileiro) e eko (mingau preparado com amido de milho branco).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Iemanjá


 
Orixá dos mares, das águas salgadas. Responsável pelos bens materiais, grande provedora e mãe. Senhora da Calunga Maior(mar), portanto grande absorvedora de energias negativas.
 Traduz a sua vibração em paz e harmonia. Protetora da família, dos laços familiares.
 Reino: mar.
Cores: azul claro, céu ou branco transparente.
Elemento: água.
Dia da semana de maior vibração: Sabado
Planeta: Vênus
Metal: Prata
Comida: Manjar
Bebida: Champanha,agua mineral
Sincretismo: Nossa Senhora
Plantas: Colonia, lagrima de nossa senhora, pa­stia (erva de santa Luzia), trapoeraba branca (olhos de santa Luzia)
Comida: Manjar
Bebida: Champanha,agua mineral
Sincretismo: Nossa Senhora
O que faz: Protege de confusues e promove a harmonia na famalia. ajuda a progredir na vida.
Quem : A grande Mae da água e do lar.
Caracteri­sticas: Maternal, protetora, competente, dedicada, mandona, possessiva,
intrigante  
Onde recebe oferendas:Na praia
Presentes prediletos: Flores, perfume, colar, espelho, pente etc; suas comidas e bebidas.

Material enviado gentilmente por nossa Mae Rainha de Oxum

Ervas para o Banho de Descarrego: Pata de Vaca, Folhas de Lágrima de N.Senhora, Erva Quaresma, Trevo e chapéu de couro, Alfazema.
Amalá: 7 velas brancas e 7 azuis, champanhe, manjar branco, rosas brancas ou outra tipo de flor branca.
Local de entrega: Na praia.
Características de seus filhos: dinheiro com facilidade (quando não tem, aparece), não aparentar a idade que tem, "espírito" maternal, gosta do poder.

Iansã


 
Orixá dos ventos, raios e tempestades. Responsável pelas transformações, (mutações e mudanças) ligadas às coisas materiais, fluidez de raciocínio e verbal. Orixá intimamente ligada aos avanços tecnológicos. Grande guerreira.

Não tem reino específico, atua nos fenômenos da natureza.
Cor: amarelo,Marrom ouro e branco.
Elemento: ar, água e fogo
Dia da semana: quarta-feira (horas pares até às 16:00h)
Planeta: Mercúrio
Data: 4 de Dezembro
Metal: Cobre
Parte do Corpo: fígado e o sangue.
Comida: acarajé, abará.
Arquétipo: É de pessoas audaciosas, poderosas e autoritárias, pessoas que podem ser fieis, de uma lealdade absoluta em certas circunstancias, mas que em moutros momentos, quando contrariadas em seus projetos e empreendimentos, deixam-se levar pelas manifestações da mais extrema cólera. Pessoas, enfim, cujos temperamentos sensual e voluptuosos podem levá-las a aventuras amorosas extra conjugais, múltiplas e freqüente, sem reservas de decência, mas que não as impedem de continuarem muito ciumentas com seus parceiros por elas mesma enganados.
Símbolos: espada de cobre e o eru  (rabo de boi ou de búfalo)
Características dos seus filhos: Mudança de pensamento (jogo de cintura), facilidade de falar, de se comunicar, de interagir. Pessoas geralmente bastante flexíveis (abertas) as novidades e mudanças.
                                                        Info:

Deusa da espada de fogo, Dona das paixões, Iansã é a Rainha dos raios, dos ciclones, furacões, tufões, vendavais. Orixá do fogo, guerreira e poderosa. Mãe dos eguns, guia dos espíritos desencarnados, Senhora dos cemitérios.
Não é muito difícil depararmo-nos com a força da Natureza denominada Iansã (ou Oyá). Convivemos com ela, diariamente.
Iansã é o vento, a brisa que alivia o calor. Iansã é também o calor, a quentura, o abafamento. É o tremular dos panos, das árvores, dos cabelos. É a lava vulcânica destruidora. Ela é o fogo, o incêndio, a devastação pelas chamas.
Oyá é o raio, a beleza deste fenômeno natural. É o seu poder. É a eletricidade. Iansã está presente no ato simples de acendermos uma lâmpada ou uma vela. Ela é o choque elétrico, a energia que gera o funcionamento de rádios, televisões, máquinas e outros aparelhos. Iansã é a energia viva, pulsante, vibrante.
Sentimos Iansã nos ventos fortes, nos deslocamentos dos objetos sem vida. Orixá da provocação e do ciúme.
Iansã também é a paixão. Paixão violenta, que corrói, que cria sentimentos de loucura, que cria desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax, o orgasmo do homem e da mulher. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase “estou apaixonado” tem a presença e a regência de Iansã, que é o Orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúmes doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão, propriamente dita.
Iansã é a disputa pelo ser amado. É a falta de medo das conseqüências de um ato impensado, no campo amoroso. É até mesmo a vontade de trair, de amar livremente. Iansã rege o amor forte, violento.
Oyá é também a senhora dos espíritos dos mortos, dos eguns, como se diz no Candomblé. É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.
Iansã é a deusa dos cemitérios. Ela é a regente, juntamente com Omulu (ou Obaluaê), dos Campos Santos, pois comanda a falange dos eguns. Comanda também a falange dos Boiadeiros, encantados que são cultuados nas casas de Nação de Angola. Ela é sua rainha.
Como deus dos mortos, Iansã carrega consigo o eruxin, feito com rabo de cavalo, para impor respeito aos eguns, bem como a espada flamejante, que faz dela a guerreira do fogo.
É, sem dúvida, o Orixá mais popular e a mais querida no Candomblé.

Mitologia
Embora tenha sido esposa de Xangô, Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários reis. Foi paixão de Ogum, de Oxaguiam, de Exu, Conviveu e seduziu Oxossi, Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaê. Sobre este assunto, a história  conta que Iansã  percorreu vários reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente a tudo.
Em Ire, terra de Ogum, foi  a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganho deste o direito de usá-la. No auge da paixão Ogum , Iansã partiu, indo para Oxogbô, terra de Oxaguian. Conviveu e aprendeu o uso do escudo para se proteger de ataques inimigos, recebendo de Oxaguian o direito de usá-lo. Quando Oxaguian estava tomado pe paixão por Oyá, ela partiu.
Pelas estradas deparou-se com Exu. Com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxossi, seduziu o deus da caça, mesmo com os avisos de sua mulher, Oxum, que avisara ao marido do perigo dos encantos de Iansã. Todavia, com Oxossi, Oyá aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo  e se transformar naquele animal, com a ajuda da magia aprendida com Exu. Seduziu o jovem Logun-edé , filho de Oxossi e Oxum e com ele aprendeu a pescar.
Iansã  partiu, então, para o reino de Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto (conhecido apenas por Nanã – sua mãe – e Iemanjá, mãe de criação). Uma vez chegando ao reino de Obaluaê, Iansã  tratou de insinuar-se:
- Como vai o Senhor das Chagas?
No que Obaluaê respondeu:
- O que Oyá quer em meu reino?
- Ser sua amiga, conhecer e aprender, somente isso. E para provar minha amizade, dançarei para você a dança dos ventos!
(Dança que, por sinal, Iansã usou para seduzir reis como Oxossi, Oxaguian e Ogum).
Durante horas Iansã dançou, sem emocionar ou, sequer, atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzir Obaluaê, que jamais se relacionou com ninguém, Iansã  então procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim, dirigiu-se ao homem da palha;
- Obaluaê, com Ogum aprendi a usar a espada; com Oxaguian, o escudo; com Oxossi aprendi a caçar; com logun-edé a pescar; com Exu aprendi os mistérios do fogo. Falta-me apenas aprender algo contigo.
- Você quer aprender mesmo, Oyá? Então, ensinar-lhe como tratar dos mortos!
De inicio Iansã  relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e, com Obaluaê, aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los.
Partiu, então Oyá, para o reino de Xangô. Lá, acreditava, teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais que isso... aprendeu a amar verdadeiramente e com um paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.

O fogo é o elemento básico de Iansã. O fogo das paixões, o fogo a alegria, o fogo que queima. Iansã é o Orixá do fogo...
E aquele que dão uma conotação de vulgaridade a essa belíssima e importantíssima divindade africana, é digna de pena e mais digna, ainda, do perdão de Iansã.


xangô


Orixá da justiça e do conhecimento (estudo de maneira geral), equilíbrio das forças de um modo geral, ligadas a questões de Justiça. Sincretizado no Rio de Janeiro com São Jerônimo, tem o seu dia comemorado em 30 de setembro.
 Encontramos também outras datas de comemoração porque este Orixá foi sincretizado com outros Santos Católicos, em função de seus desdobramentos, a saber:
Xangô Alafim-Eché (São Jerônimo - 30 de setembro),
Xangô Abomi (Santo Antônio - 13 de junho),
Xangô Alufam (São Pedro - 29 de junho),
Xangô Agodô (São João Batista - 24 de junho),
Xangô Aganju (São José - 19 de março)
Xangô D'Jacutá (sem sincretismo - Regência geral da Linha de Xangô).
Reino: pedreira.
Força da natureza que rege: trovão.
Cores: marrom, cinza e ainda o roxo.
Elementos: ar e terra.
Dia da semana de vibração maior: quarta-feira
Planeta: Mercúrio
Características dos seus filhos: Rigidez de pensamento, tem grande senso de justiça, são pessoas metódicas, equilibradas e tem facilidade no estudo.

Ogum



Orixá da energia (ligada a atitude), perseverança, vencedor de demanda, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer). Reino: Orixá sem reino específico, que atua na defesa de todos os reinos em função  A Energia de Ogum está em todos os lugares. Cor básica: vermelha e branco.
Sincretizado no Rio de Janeiro com São Jorge, tem o seu dia comemorado em 23 de abril.
Elemento: fogo.
Dia da Semana de vibração maior: terça-feira
Planeta: Marte
Características de seus filhos: são persistentes, tem temperamento forte. Determinados e batalhadores.
 Desdobramentos Principais de Ogum
Ø       Ogum Megê – vermelho, branco e preto (trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena - cemitério).
Ø       Ogum Rompe Mato – Vermelho e verde (trabalha em harmonia completa com Oxoce, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxoce)
Ø       Ogum Beira-mar – Coral (trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá)
Ø       Ogum Iara – azul claro e vermelho (trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum)
Ø       Ogum de Lei – vinho e branco (trabalha com as Almas em harmonia com Xangô, Omulu, Oxum e Ogum Iara)


OBS.: Os demais Oguns encontrados mais raramente dentro dos terreiros de Umbanda, são desdobramentos destes principais Chefes de Linha, exemplo: Ogum 7 Ondas (desdobramento de Ogum Beira-Mar.
Arquétipos:
Os filhos de ogum possuem temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tampouco da moradia, com raras exceções  são amigos, porém estão sempre envolvidos com demandas, são mestres do atirar verde pra colher maduro, as vezes muitos desconfiados. Despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, mas não tendem a ser fiéis. Possuem uma energia física muito grande, raramente adoecem, seu lema principal é vencer na vida, não importando qual tipo de trabalho ou esforço para conseguir seus ideais.
 
Lenda:
Após retornar de suas batalhas vitoriosas e depois de numerosos anos ausentes. Ogum decidiu voltar a irê (primeira cidade construída e sob governo de seu filho) quando chegou teve a impressão que ninguém o reconhecia, tentou conversar com seus súditos e foi ignorado. Ogum cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas. Quando seu filho lembrou-o que este dia era sagrado e as pessoas não podiam falar por ordem do próprio Ogum.

Ogum então lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Porém antes de desaparecer pronunciou algumas palavras. Palavras ditas por nós, filhos de ogun para aclamarmos sua defesa. Caso estejamos em perigo.
Outra lenda nos fala sobre de um dos combates contra sua ex-esposa oyá no qual entre dois golpes deferidos por ambos ao mesmo tempo , ogun se transformou em sete (mejê) e oyá em nove (mesan). 

Atoto/Omulu


 

Orixá de transformação energética, de toda energia produzida de forma natural ou artificial, quer dizer, a energia natural é toda aquela emanada da natureza ou do nosso próprio pensamento e a artificial é a fabricada (oferendas). Ele transforma tudo e descarrega para terra.
Orixá da transição para a vida astral. Senhor dos segredos da vida e da morte. Mestre das Almas.
Se Exu é o grande manipulador das forças de magia, o Sr. Omulu é o Mestre.
Quando desencarnamos tem sempre um enviado de Omulu do nosso lado, por isso é que ele sempre diz que temos que resgatar a nossa dívida; temos que agir efetivamente para resgatarmos o nosso Karma.
Sincretizado no Rio de Janeiro com São Lázaro tem o seu dia comemorado em 17 de dezembro.
Reino: calunga pequena (cemitério).
Cores: preta e branca em proporções iguais.
Elemento: terra.
Dia da Semana de vibração maior: sábado
Planeta: Saturno
Características dos seus filhos: Pessoas fechadas, que passam por grandes transformações na vida, normalmente ligadas a perdas. São protegidos contra qualquer tipo de magia. A mediunidade é aguçada desde muito jovem.
OBS.: Obaluaê é um desdobramento de Omulu, vibrando em forma mais jovem. Não se trata de outro Orixá, mas sim de um desdobramento.



                               OBALUAIYÉ/OMULU

Obaluaiyê quer dizer "rei e dono da terra" sua veste é palha e esconde o segredo da vida e da morte. Está relacionado a terra quente e seca, como o calor do fogo e do sol - calor que lembra a febre das doenças infecto-contagiosas. Domina completamente as doenças que rege. Ao mesmo tempo em que as causa, tem poder de cura sobre elas.
Arquétipos:
Nunca estão totalmente satisfeitos, sempre querem mais...
Mesmo quando acham que tudo está contra eles, persistem em seus propósitos.
 para os filhos de obaluaiyê importam os fins, não os meios. Aparentemente fortes, são na verdade frágeis e volúveis e, se sujeitam a rígidas disciplinas e regras morais.
 
Lenda
Nanã era considerada a deusa mais guerreira de daomé. Um dia, ela foi conquistar o reino de oxalá e se apaixonou por ele. Mas este não queria se envolver com outra orixá que não fosse sua amada esposa yemanjá. Por isso, explicou tudo a nanã, mas ela não se fez de rogada.
Sabendo que oxalá adorava vinho de palma, embriagou-o. Ele ficou tão bêbado que se deixou seduzir por nanã, que acabou ficando grávida. Mas por ter transgredido uma lei da natureza, deu a luz a um menino horrível, não suportando vê-lo, lanço-o no rio. A criatura foi mordida por caranguejos, ficando toda deformada. Por sua terrível aparência, passou a viver longe dos outros orixás.
De tempos em tempos os orixás se reuniam para uma festa. Todos dançavam, menos obaluaiyê, que ficava espreitando da porta, com vergonha de sua feiura. Ogum percebeu o que acontecia e, com pena, resolveu ajudá-lo, trançando uma roupa de mariwo - uma espécie de fibra de palmeira - que lhe cobriu todo o corpo. Com este traje ele voltou a festa e despertou a curiosidade de todos, que queriam saber quem era o orixá misterioso. Yansã, a mais curiosa de todas, aproximou-se, e neste momento, formou-se um turbilhão e o vento levantou a palha, revelando um rapaz muito bonito. Desde então os dois orixás vivem juntos, e os dois passaram a reinar sobre os mortos.

CONSIDERAÇÕES JEJE
Sakpatá
Para o povo Jeje, Sakpatá foi trazido para o Dahomey, por Agajá, no século XVIII, vindo da cidade de Dassa Zoumé, mais precisamente, da aldeia de Pingine Vedji.

Todos os Voduns, pertencentes ao panteão de Sakpatá, são da família Dambirá.

Nesse panteão temos vários Voduns. O mais velho que se tem notícia é Toy Akossu, no transe, ele se mantém deitado na azan (esteira). Dizem os mais velhos, que Toy Akossu é o patrono dos cientistas, ele dá à eles inspirações para a descoberta das fórmulas mágicas que curarão as doenças e as pestes. Ele é a própria "doença e cura", como também um excelente conselheiro.

Toy Azonce é um outro Vodum velho, porém mais novo que Toy Akossu. Seu assentamento fica em local bem isolado do Kwe, sendo proibido tocá-lo. Somente uma pessoa designada por ele mesmo pode tratar desse assentamento. É Toy Azonce quem sempre faz todas as honras para seu irmão Toy Akossu, quando ele está em terra.

Toy Abrogevi é um Vodum velho, filho de Toy Akossu, que gosta de comer quiabo com dendê, paçoca de gergelim e fumar cachimbo de barro. Toy Abrogevi gosta muito de Badé e se tornou muito amigo dele. Foi com Badé que aprendeu a comer e a gostar de quiabo.

São tantos Voduns desse panteão que seria praticamente impossível descrever cada um aqui.

Esses Voduns são rigorosos no que tange a moral e os bons costumes. Nunca admitem falhas morais dentro dos kwes e, quem faz essa fiscalização para eles é Ewá, filha de Toy Azonce.

As cores de contas e roupas usadas por esses Voduns podem variar de acordo com o gosto de cada um. Todos usam roupas feitas de palha da costa sendo umas mais curtas e outras mais compridas. Sakpatá usa todas as cores e o estampado, sempre com a presença das cores escuras.

Símbolo fortemente ligado a Sakpatá, a palha da costa é a fibra da ráfia, obtida de palmas novas, extraídas de uma palmeira cujo nome científico é raphia vinifera. No Brasil, recebe o nome de Jupati. A palmeira é considerada a "esteira da Terra".

A palha da costa, tendo sua origem na palmeira, ganha o simbolismo universal de ascensão, de regenerescência e da certeza da imortalidade da alma e da ressurreição dos mortos. Um símbolo da alma. Além de proteger a vulnerabilidade do iniciado, sua utilização também é reservada aos deuses ancestrais, numa reafirmação de sua ancestralidade, eternização e transcendência.

Os Sakpatás podem trazer nas mãos o xaxará, ou o bastão, a lança, o illewo ou ainda, uma pequena espada. A maioria deles gostam de manter o rosto coberto pela palha da costa, outros gostam de mostrar o rosto. Todos gostam muito de usar búzios e chaorôs (guizos).

O búzio, simboliza a origem da manifestação, o que é confirmado pela sua relação com as águas e seu desenvolvimento espiralóide a partir de um ponto central. Simboliza as grandes viagens, as grandes evoluções, interiores e exteriores.

É associado as divindades ctonianas, deuses do interior da terra. Por extensão, o búzio simboliza o mundo subterrâneo e suas divindades.

O chaorô(SAORÓ) (guizo), tem simbologia aproximada a do sino, sobretudo pela percepção do som. Simboliza o ouvido e aquilo que o ouvido percebe, o som, que é reflexo da vibração primordial. A repercussão do chaorô é o som sutil da revelação, a repercussão do Poder divino na existência. Muitas vezes têm por objetivo fazer perceber o som das leis a serem cumpridas.

Universalmente, tem um poder de exorcismo e de purificação, afasta as influências malignas ou, pelo menos, adverte da sua aproximação. Sem dúvida, simboliza o apelo divino ao estudo da lei, a obediência à palavra divina, sempre uma comunicação entre o céu e a terra, tendo também o poder de entrar em relação com o mundo subterrâneo.

O lakidibá, fio de conta de Sakpatá, é feito do chifre do búfalo. Tem o sentido de eminência, de elevação, símbolo de poder, um emblema divino. Ele evoca o prestígio da força vital, da criação periódica, da vida inesgotável, da fecundidade. Devemos lembrar que chifre, em hebraico "querem", quer dizer, ao mesmo tempo, chifre, poder e força.

O lakidibá não sugere apenas a potência, é a própria imagem do poder que Sakpatá tem sobre a vida e a morte. Na conjunção do lakidibá e do deus Sakpatá, descobrimos um processo de anexação da potência, da exaltação, da força, das quatro direções do espaço, da ambivalência.

Encontramos o lakidibá em duas cores: preto e branco. Ele também contém a bondade, a calma, a força, a capacidade de trabalho e de sacrifício pacífica do chifre do búfalo, de onde origina-se. Rústico, pesado e selvagem, o búfalo é também considerado divindade da morte, um significado de ordem espiritual, um animal sagrado.

Na África, o búfalo (assim como o boi), é considerado um animal sagrado,
oferecido em sacrifício, ligado a todos os ritos de lavoura e fecundação da
terra.

O lakidibá é entregue ao adepto somente na obrigação de sete anos.Presença certa em tudo ligado a Sakpatá, o duburu (pipoca) representaria as doenças de pele eruptivas, cujo aspecto lembra os grãos se abrindo. Jogar o duburu assumi o valor e o aspecto de uma oferenda, destreza e resistência. O ato de jogar se mostra sempre , de modo consciente ou inconsciente, como uma das formas de diálogo do homem com o invisível. Tem por alvo firmar uma atmosfera sagrada e restabelecer a ordem habitual das coisas, é fundamentalmente um símbolo de luta, contra a morte, contra os elementos hostis, contra si mesmo.

Os narrunos para esses Voduns devem sempre ser feitos com o sol forte e cada um deles especifica o que querem comer. Isso quer dizer que, não existe uma única maneira de agradá-los. Eles não gostam de barulho de fogos de artifícios.Uma vez por ano, os Kwes fazem um banquete para as Divindades do Panteão de Sakpatá, onde devemos comer, dançar e cantar junto com os Voduns.

 Os demais Voduns do panteão da terra, sempre são convidados a compartilhar desse banquete. Os jejes acreditam que, com essa cerimônia oferecida a essas divindades, todas as doenças são despachadas do caminho do Kwe e de seus filhos.

Esse banquete é colocado dentro do peji ou do quarto onde mora Sakpatá e os demais Voduns de seu panteão. Toda a comunidade vêm saudar o Deus da varíola e seus descendentes, comer e dançar junto com eles e, ali mesmo, é servido o banquete para todos os presentes.

Após essa cerimônia, Sakpatá e os demais Voduns, vestem suas roupas de festa e vão para a Sala (barracão) comemorarem seu grande dia, junto com a comunidade que os aguardam. Quando entram na Sala, todos gritam louvores à eles, dançam  e cantam, louvando o Deus da varíola, que traz a cura de todas as doenças.

Suas danças e cânticos lembram sempre os doentes, as doenças e a cura das mesmas. Algumas falam das lutas que esses Voduns enfrentaram com a rejeição das comunidades com sua presença e outras falam das vitórias que tiveram sobre todas as comunidades que a eles vieram pedir ajuda.

Os Sakpatás trabalham muito e têm um importantíssimo papel nas feituras de Voduns. Do início ao fim de uma ahama (barco de yaô), eles atuam com rigidez e vigor, mantendo o bom andamento, principalmente dos bons costumes morais e, cobram "feio" caso alguém cometa alguma falha. Eles são, na verdade, as testemunhas de uma feitura. Após a feitura, se um filho negar alguma coisa que tenha sido feita, eles são os primeiros a cobrarem desse vodunci a mentira que ele está dizendo, assim como também cobram a quebra de segredos.

Todas as folhas refrescantes para ferimentos, pertencem a esses Voduns.Vale alertar que existem Orixás e Inkices também ligados a cura e doenças porém, não são os mesmos deuses que os Voduns da família Dambirá, da nação Jeje. Muitas confusões são feitas e, encontramos várias bibliografias relatando origens, especificações e costumes que nada têm a ver com o Vodum Sakpatá